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quinta-feira, 24 de junho de 2004

 
Para uma nova definição de Gravura


Trienal Poli/Graphica, San Juan 2004.

No circuito das grandes exposições e bienais internacionais de Gravura, desde hà muitos anos se acentua uma profunda incapacidade de comunicação entre os gravadores europeus e os seus colegas americanos. Diga-se, em abono da verdade que, se do outro lado do Atlântico sempre houve um individualismo e um desinteresse evidente pelo que se faz na Europa, também não é menos verdade que do lado europeu se foram criando algumas resistências só ultrapassadas pontualmente. Neste domínio há que salientar o esforço desenvolvido pelo Museu Nacional de Reykjavik, na Islândia, com a organização de exposições como a Graphica Atlantica Europe/USA que teve como objectivo justamente juntar um conjunto de obras de gravadores europeus e norte-americanos e que veio na sequência de outra importante organização, a Graphica Criativa, na Finlândia.


Vladimir Velickovic, Água-forte, 1987.

Um dos problemas subjacente a este desentendimento, ou melhor, a esta falta de diálogo entre gravadores europeus e americanos vem justamente da oscilação presente relativa à definição de Gravura. Esta situação era já sentida hà uns anos, nomeadamente quando Leslie Luebbers, no texto de introdução à Graphica Atlantica, afirma a dado passo: “Perhaps the distinction is here best exemplified by the current difficulty in defining the word “print” itself. In an era characterized by permeable media frontiers, many Europeans still occupy themselves with border patrols, while their transatlantic cousins join raiding parties gleefully appropriating any means that may serve an artistic cause.” E mais adiante, prossegue: “American artists aggressively seek sources beyond the European tradition in Asia and among the indigenous peoples of their own continent, as well as in their popular culture which by now has evolved a post-European character of its own. Europeans may regard these practices as evidence of adolescent excess, and they are not entirely wrong. North American art, it must be remembered, was overwhelmingly derivative and, indeed, very conservative in its derivations until after World War II”.


Emma Karp, digital print, 187x281 cm, 2000.

Mas, se tudo o que atrás ficou dito é verdade, não deixa também de ser verdade que nos últimos anos houve notoriamente uma “abertura” ao nível dos meios mais tradicionais, com a organização de grandes exposições como o EuroPrint em que a própria Comissária da exposição, Anne Seppanen, no convite endereçado aos 15 artistas europeus, estimulava a participação com obras que, de alguma forma, desafiassem o entendimento convencional da Gravura.
Esta discussão relativa à definição de Gravura tem tido carácter de urgência, principalmente nos países com maior tradição nesta forma de expressão, nomeadamente na Polónia onde os gravadores têm vindo a abordar as novas tecnologias com a capacidade de reflexão sobre os meios que lhes proporciona uma longa tradição. No diálogo frequente que tenho mantido ao longo dos anos com a Comissária da Bienal Internacional de Lódz, Anna Orzeszko, amiga de longa data, pude aperceber-me da pertinência desta nova definição de Gravura, nomeadamente para estabelecer os limites admissíveis do meio no contexto de uma organização como a de Lódz que envolve dezenas de artistas. Pude, de alguma forma, colaborar nessa definição, defendendo a ideia, já exposta no trabalho apresentado à Fundação Gulbenkian em 1998, que, independentemente dos processos técnicos envolvidos ou, até, da incapacidade de resposta ao processo tradicional do múltiplo, a Gravura é sempre um objecto simbiótico que compreende dois factos que isoladamente não têm visibilidade (ou aos quais não se pode atribuír propriedades específicas): uma matriz e um suporte.


Izabella Gustowska, técnica mista, 1987.

Neste contexto, as ideias que envolvem a primeira edição da Trienal Poli/Graphica de San Juan, em Puerto Rico, são extremamente interessantes e, de alguma forma, um dos primeiros passos dados pelos artistas do outro lado do Atlântico de séria reflexão sobre os problemas conceptuais que se pôem à Gravura contemporânea.
A exposição tem como título Trans/migrations: Printmaking as Contemporary Art e a proposta básica que é feita passa pelo reconhecimento das transformações que ocorreram na última década com o aparecimento e a divulgação de novas tecnologias, nomeadamente o acesso à fotografia digital, scanners, impressoras e tudo o que isso implicou do ponto de vista sociológico no acesso do público à imagem. Por outro lado, todos estes novos meios provocaram uma deslocação dos artistas relativamente aos meios tradicionais da Gravura, fazendo com que, nos últimos anos, a Gravura tenha funcionado muito mais como um meio do que como um fim. Assim, viu-se surgir um espaço poligráfico para a Gravura que adivinha uma redefinição da Gravura enquanto prática artística contemporânea.


Isabelle Lutz, água-tinta, 2001.

A exposição propõe, assim, três eixos fundamentais de exploração artística: technological displacements, geographic transfers e conceptual trajectories.
Neste contexto, são propostos três temas de reflexão e produção, a saber:
Impugnations, inscrição, reprodução ou im-pressão das marcas deixadas na terra por organismos vivos e das tensões críticas que derivam da expansão formal de suportes que sustenham estas im-pressões. A violência, a guerra, os conflitos humanos e as cartografias mentais e físicas, enquanto mapas e diagramas das deslocações.
Grids. Insertions, intervenções em espaços públicos, a imprensa, a internet e toda a reflexão que se prende com um matrix gráfico.
Off Register, reflecte a nostalgia dos meios tradicionais da Gravura e o desejo de ampliação do seu status.

Inaugura a 12 de Outubro.


Manuel Castro Cobos, técnica mista, 2000.





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