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terça-feira, 12 de outubro de 2004

 
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A educação de Pedro




Os pensamentos dos homens são muito concordantes com as suas inclinações; as suas palavras e os seus discursos concordam com as suas opiniões infusas ou apreendidas; mas as suas acções resultam daquilo a que estão acostumados. Eis porque, como Maquiavel muito bem notou (ainda que num exemplo mal inspirado), ninguém deve confiar na força da natureza, nem na jactância das palavras, se não estiverem corroboradas pelo hábito. O exemplo que ele apresenta é que, na execução de uma conspiração ousada, ninguém se deve fiar na ferocidade aparente ou nas promessas resolutas de qualquer pessoa, e que o empreendimento deve ser confiado a quem tiver já alguma vez manchado as suas mãos com sangue.
(...) A predominância do costume é por toda a parte visível; de tal maneira que ficaríamos admirados de ouvir os homens declarar, protestar, prometer, fazer solenes juramentos, e depois vê-los proceder como tinham feito antes: como se fossem imagens mortas ou engenhos movidos apenas pelas rodas do costume. Vemos também o que é o reino ou a tirania do costume.(...) Já que o costume é o principal magistrado da vida humana, deve o homem por todos os meios prover à obtenção de bons costumes. Certamente, o costume fica mais perfeito quando começa na juventude: a isso se dá o nome de educação, que não é mais, com efeito, do que um costume precoce. Assim vemos que em relação aos idiomas, é na juventude, e não mais tarde, que a língua se presta a reproduzir todos os sons, todas as expressões, todas as moções, todas as articulações indispensáveis para a boa pronúncia; porque é verdade que os aprendizes tardios não conseguem adquirir tal subtileza, com excepção de alguns espíritos que não se deixaram solidificar, mas que zelaram por ficar sempre abertos e preparados para receber continuado aperfeiçoamento, o que é extremamente raro. Mas se a força do costume, quando simples e reparada, já é grande, essa mesma força, quando copulada, conjugada, e colectiva, será ainda muito maior. Aqui o exemplo ensina, a companhia conforta, a emulação estimula, a glória eleva, de maneira que, em tais casos, a força do hábito está na sua exaltação.A grande multiplicação das virtudes da natureza humana depende, certamente, das sociedades bem ordenadas e disciplinadas. Porque os Estados e os bons Governos podem alimentar as virtudes que estão a crescer, não podem melhorar as sementes. Tristeza é que os meios mais efectivos são hoje aplicados aos fins menos desejáveis.

Francis Bacon, in 'Ensaios - Do Hábito e da Educação'
Publicado em O Citador a 9 de Outubro.




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