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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

 
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Havia uma mesa posta debaixo de uma árvore em frente da casa, onde estavam sentados a Lebre de Março e o Chapeleiro a tomar chá; um Arganaz dormia profundamente entre eles, servindo-lhes de almofada onde pousavam os cotovelos, ao mesmo tempo que falavam por cima da cabeça do bicho. "Não me parece nada confortável para o Arganaz", pensou Alice. "Mas como está a dormir, acho que não lhe faz diferença."
A mesa era muito grande, mas os três estavam bem juntinhos a um canto.

— Já não há lugar! Não há lugar! — gritaram eles quando viram Alice aproximando-se.

— Há muitos lugares! — protestou Alice, indignada, e sentou-se num grande cadeirão a uma das cabeceiras da mesa.

— Toma um pouco de vinho — disse a Lebre de Março amavelmente.
Alice olhou a mesa de cima a baixo, mas só havia chá.
— Não há vinho — notou.

— Pois não há — confirmou a Lebre de Março.

— Então não foi lá muito delicado da tua parte oferecê-lo — disse Alice, zangada.

— Também não foi lá muito delicado da tua parte sentares-te sem teres sido convidada — ripostou a Lebre de Março.

— Não sabia que a mesa era vossa — disse Alice — está posta para muito mais do que três.

— Estás a precisar de um corte de cabelo — comentou o Chapeleiro. Há já muito tempo que fitava a menina com grande curiosidade, e foi a primeira coisa que disse.

— Devias aprender a não fazer reparos pessoais — disse Alice, um tanto bruscamente. — É uma grande falta de educação.

O Chapeleiro abriu muito os olhos ao ouvir estas palavras, mas limitou-se a inquirir:
— Porque é que um corvo se parece com uma secretária?

"Vá lá, parece que agora vamos divertir-nos um bocado!", pensou Alice. "Ainda bem que começaram com as adivinhas".

— Penso que consigo achar uma resposta — acrescentou ela, em voz alta.

— Quer dizer que pensas que podes dar uma solução? — perguntou a Lebre de Março.

— Exactamente — disse Alice.

— Então devias dizer o que pensas — continuou a Lebre de Março.

— E digo — apressou-se Alice a responder — ... pelo menos, penso o que digo ... é a mesma coisa, sabes?

— Não é nada a mesma coisa! — protestou a Lebre de Março. — Ora, nesse caso também podias dizer que "Vejo o que como" é a mesma coisa que "Como o que vejo"!
— E bem podias dizer — acrescentou a Lebre de Março — que "Gosto do que tenho" é a mesma coisa que "Tenho o que gosto"!

— Bem podias dizer — intrometeu-se o Arganaz, que parecia falar a dormir — que "Respiro enquanto durmo" é a mesma coisa que "Durmo enquanto respiro"!



Lewis Carroll in Alice no País das Maravilhas (Cap. VII - O chá dos loucos), 1865.



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