<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://draft.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d6432744\x26blogName\x3dANTES+DE+TEMPO\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dSILVER\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://antesdetempo.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://antesdetempo.blogspot.com/\x26vt\x3d810648869186397672', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

 
Páginas notáveis (13)



Ela estava tão profundamente implantada na minha consciência que durante o meu primeiro ano de escola eu julguei, tanto quanto me lembro, que cada uma das minhas professoras era a minha mãe disfarçada. Assim que soava o último toque eu precipitava-me para casa, perguntando a mim próprio, enquanto corria, se seria possível chegar ao nosso apartamento antes de ela conseguir transformar-se. Mas ela já estava invariavelmente na cozinha quando eu chegava, pronta a servir-me o leite e as bolachas. Em vez de pôr fim ao meu delírio, no entanto, tal proeza limitou-se a intensificar o meu respeito pelos seus poderes. Aliás, era sempre um alívio não a apanhar entre encarnações, se bem que eu nunca deixasse de tentar; sabia que o meu pai e a minha irmã ignoravam a verdadeira natureza da minha mãe, e o peso da traição que — imaginava eu — recairia sobre mim se alguma vez a apanhasse desprevenida era mais do que eu me sentia capaz de suportar aos cinco anos de idade. Acho que receava mesmo ser morto se porventura a avistasse, vinda a voar da escola, a entrar pela janela do quarto, ou a aparecer membro após membro, saindo de um estado invisível e preenchendo o seu avental.
Quando ela me pedia que lhe contasse tudo o que fizera durante o dia no jardim-escola, eu, é claro, fazia-o escrupulosamente. Não tinha a pretensão de entender todas as implicações da sua ubiquidade, mas que esta se destinava a descobrir que género de rapazinho eu era quando julgava que ela não estava presente — eis o que era indiscutível. Uma consequência desta fantasia, que subsistiu (sob esta forma particular) até à primeira classe, foi que, verificando não ter alternativa, eu me tornei honesto.


Philip Roth in O Complexo de Portnoy, 1967.






<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?